Júnior do Nenzim é condenado a 16 anos de prisão pela morte do pai, ex-prefeito de Barra do Corda
22/05/2025
(Foto: Reprodução) Manoel Mariano de Sousa Filho teria encomendado a morte de Nenzim em 2017. Manoel Mariano de Sousa Filho, o 'Júnior do Nenzim', foi condenado a 16 anos de prisão pela morte do pai
Reprodução/TV Mirante
Manoel Mariano de Sousa Filho, o 'Júnior do Nenzim', foi condenado a 16 anos de prisão, em regime fechado, por participar da morte a tiros do pai, o ex-prefeito de Barra do Corda Manoel Mariano de Sousa, conhecido como ‘Nenzim’.
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O júri popular durou quase um dia inteiro e foi até as 1h30 da madrugada, no Fórum Desembargador Sarney Costa, em São Luís, porque o Ministério Público do Maranhão temia que a influência política de Manoel Mariano poderia influenciar o julgamento.
Foram sete testemunhas ouvidas ao longo do júri, e Manoel Mariano respondeu as perguntas da Promotoria e do juiz por quase duas horas, sempre negando a participação no crime. A defesa também diz que houve falhas na condução das investigações e coleta de provas. Mas, o promotor de Justiça, Raimundo Benedito, afirma que há provas que indicam o contrário.
"O delegado falou, a perícia fala isso e o medico falam que a vítima foi atingida a uma distância mínima de cerca de 20 cm. Só estavam os dois lá [na cena do crime], o pai e o filho, e ele [Júnior do Nenzim] disse que não viu ninguém chegando perto e logicamente isso é impossível", contou o promotor.
Ao final do julgamento, Manoel Mariano já terá que cumprir a sentença, pois a justiça negou o direito de recorrer em liberdade. Ele foi encaminhado para o Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís.
Júnior do Nenzin, acusado pelo assassinato do próprio pai, é condenado a 16 anos
Segundo as investigações, o crime aconteceu em dezembro de 2017 porque o filho estaria roubando cabeças de gado do pai para pagar dívidas com agiotas. A ideia de matar seria para evitar problemas com o pai e tentar ocultar os desvios do gado.
O júri popular deveria ter acontecido no dia 9 de outubro de 2023, mas, na época, o Ministério Público pediu o adiamento para que um segundo envolvido no crime, o vaqueiro Luzivan Rodrigues da Conceição Nunes, também fosse levado a júri-popular. Ele é acusado de ser o atirador.
Vaqueiro Luzivan, que trabalhava nas fazendas da vítima, também é acusado de envolvimento no crime
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Nesta quarta-feira (21), tanto Luzivan, quanto Manoel Mariano, são suspeitos de participação na morte de Nenzim e seriam julgados juntos. No entanto, o Ministério Público do Maranhão pediu o desmembramento dos julgamentos, de modo que Luzivan deve ser julgado somente no dia 9 de julho.
Relembre o caso
O crime aconteceu na manhã do dia 06 de dezembro de 2017, quando 'Nenzim' foi assassinado com um tiro no pescoço, na zona rural de Barra do Corda, a 341 km de São Luís.
De acordo com as investigações, no dia do crime o filho de "Nenzim", Mariano Filho, estava junto ao pai e não havia mais ninguém no local do crime. Além disso, após a morte de Mariano de Sousa o veículo em que os dois estavam não seguiu direto para o hospital, o que tornou o filho dele ainda mais suspeito.
Ex-prefeito de Barra do Corda foi assassinado na manhã desta quarta-feira (6)
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Vídeos de câmeras de seguranças também flagraram a caminhonete dirigida por Mariano Filho na principal avenida do condomínio onde o ex-prefeito 'Nenzim' foi morto. Apesar das provas, 'Júnior do Nenzim' nega o crime.
Dias depois da morte do pai, Mariano Filho foi preso na casa de um amigo, em Barra do Corda. Segundo a polícia, o assassinato do ex-prefeito ‘Nenzim’ teria tido como motivação o roubo de várias cabeças de gado de sua propriedade em Barra do Corda. Mariano Filho estaria devendo agiotas e teria vendido as cabeças de gado da fazenda do seu pai para o pagamento dessas dívidas.
Imagens de câmeras de segurança mostram a caminhonete onde Nenzim e Mariano Júnior estavam, circulando dentro de um condomínio.
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Quase dois anos depois, Júnior do Nenzim foi solto após ter sido concedido um habeas corpus e precisou cumprir medidas cautelares em liberdade, com o uso de tornozeleira eletrônica, até o julgamento.
Manoel Mariano Júnior, suspeito de planejar o assassinato do pai, chegou algemado a sede da SEIC em São Luís.
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De acordo com as investigações da Polícia Civil, no dia do crime, Júnior do Nenzim era a única pessoa que estava com o pai. Informações iniciais apontavam a presença de dois homens em uma moto como possíveis assassinos do ex-prefeito, mas a versão foi negada após a realização de laudos periciais.
Mais de 20 testemunhas foram ouvidas. Após a finalização do inquérito, 'Júnior do Nenzim' foi denunciado pelo Ministério Público do Maranhão (MPMA) por homicídio qualificado.