Pense no exercício como o caminho para continuar fazendo aquilo de que você gosta
22/05/2025
(Foto: Reprodução) 'Investir em músculos é o melhor hedge fund que existe', afirma a pesquisadora Marily Oppezzo. “O importante”, diz Michael Fredericson, criador do programa do curso de medicina do estilo de vida na Universidade Stanford, “é que as pessoas entendam que a atividade física vai possibilitar que elas continuem fazendo as coisas das quais gostam. Pode ser caminhar longas distâncias, viajar ou ter força para levantar os netos do chão. Você não corre para ganhar aptidão física; na verdade, você faz exercício para conseguir correr”.
Idosa se exercitando: atividade física é fundamental para uma longevidade ativa
Age without limits
Falei muito de saúde mental e conexões sociais nas últimas três colunas, mas atividade física foi um outro pilar do seminário “Healthy Aging 2025”. Fredericson acrescentou que é fundamental trabalhar força e resistência – sim, o treino com peso é indispensável – mas lamentou que ainda não se dê a ênfase necessária aos treinos de equilíbrio e flexibilidade: “não adianta ser forte e não conseguir alcançar os pés com os dedos”.
“Investir em músculos é o melhor hedge fund que existe”, afirmou a pesquisadora Marily Oppezzo, também especialista em mudança de comportamento, referindo-se a um tipo de investimento que normalmente tem um retorno financeiro significativo.
Kelly Starrett, treinador de atletas e cofundador da plataforma de bem-estar físico The Ready State, comandou uma rápida sessão ao lado da mulher, Juliet Starrett, e endossou a tese de Oppezzo. “Além de trabalhar força e resistência, e aumentar a carga progressivamente, é preciso ampliar a definição do que é exercício. Você pode se exercitar enquanto está na cozinha, ou numa fila”, declarou.
O médico Frank Longo, professor do departamento de neurologia da universidade, detalhou a relação entre atividade física e a prevenção de demência. De acordo com estudos realizados a partir das informações disponíveis no UK Biobank, que reúne dados sobre 500 mil pessoas, dar 3.800 passos por dia diminui em 25% o risco de demência; 9.800 passos levam o risco a cair 50%.
E todos foram unânimes em apontar o papel crucial da alimentação. Idosos devem reforçar a ingestão de proteína, porque o déficit calórico piora condições como osteoporose, aumentando o risco de fraturas. “Não é comer menos e se exercitar mais, o corpo precisa de energia!”, frisou Juliet Starrett.
Todo mundo pode correr?